Prestes a completar uma semana da queda da Ponte Juscelino Kubitschek, que ligava o Maranhão ao Tocantins, através das cidades de Estreito e Aguiarnópolis, a tragédia já contabiliza nove óbitos e oito pessoas ainda estão desaparecidas.
No entanto, muitas dúvidas e questionamentos ainda precisam ser dirimidas. A Ponte JK, que tinha 533 metros de extensão, foi construída na década de 1960 estava sem o contrato de manutenção, já que o último contrato durou de novembro de 2021 e novembro de 2023, com manutenção das vigas, laje, passeios e pilares de estrutura no valor de R$ 3,5 milhões.
O DNIT alega que, com o fim do contrato, em 2024 abriu edital, no valor de aproximadamente R$ 13 milhões, para reparos na estrutura. Só que, de acordo com o DNIT, o edital fracassou e nenhuma empresa venceu o certame porque nenhuma delas atestou habilitação necessária para execução dos serviços.
Outro absurdo revelado é que o atual chefe do DNIT no Tocantins, um dos responsáveis pela ponte, Renan Bezerra de Melo Pereira, já foi preso pela Polícia Federal por suspeita de corrupção e é réu em ação decorrente da Operação Ápia, deflagrada em 2017.
Renan Bezerra Pereira foi nomeado ordenador de despesa, em agosto de 2023, pelo diretor-geral do DNIT, Fabrício de Oliveira Galvão, com anuência do ministro do Transporte, Renan Filho, e do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O que se questiona é como Renan Bezerra foi nomeado ordenador de despesa, ocupando um cargo tão importante no DNIT, mesmo tendo sido alvo da Operação Ápia, da Polícia Federal, e tendo sido denunciado pelo Ministério Público Federal por peculato, corrupção passiva, crime do colarinho branco e lavagem de dinheiro. A operação apurou responsabilidades por fraudes em licitações e em contratos de obras com suspeitas de desvios de mais de R$ 200 milhões do BNDES.
Todos esses erros parecem ter sido decisivos para a “tragédia anunciada” na Ponte Juscelino Kubistcheck.