O Comitê de Apelação da Real Federação Espanhola de Futebol afrouxou as punições que haviam sido impostas ao Valencia por causa dos insultos racistas contra o atacante Vinicius Júnior.
A decisão de retirar o cartão vermelho a Vini Jr – que havia sido expulso no jogo entre Real e Madrid no último domingo – foi mantida. O afrouxamento da p.ena ao Valencia foi criticada por especialistas em direito esportivo internacional.
“Poderiam ter determinado a interdição completa do estádio, uma vez que existem provas de vídeo que demonstram que os cânticos racistas foram entoados em diversos setores do palco esportivo, assim como em seus portões de acesso antes do início da partida”, afirmou Victor De Sordi, coordenador da área de direito desportivo do escritório Franco Montoro e Peixoto Advogados.
O advogado também afirma que o Código Disciplinar da RFEF já prevê a perda de pontos para tais infrações e que a punição poderia ter sido aplicada tendo em vista a gravidade dos fatos.
Na avaliação de Eduardo Carlezzo, a punição só aconteceu por causa da repercussão que os seguidos casos de racismo contra Vini Jr. tiveram fora da Espanha.
“Finalmente o órgão disciplinar da Federação Espanhola de Futebol atuou para sancionar os atos racistas. Poderia ter sido aplicada a pena de fechamento total do estádio, contudo a situação esportiva do Valência [que luta contra o rebaixamento] pode ter pesado na tomada de decisão”, disse.
O Valencia, por sua vez, vai recorrer ao TAD (Tribunal Arbitral Del Deporte) última instância da justiça esportiva na Espanha. Uma porta voz do clube afirmou que a pena é “injusta” e “desproporcional” aos atos.